Sobre Pagu
A vida de Pagu é apresentada em três blocos, no terceiro livro da trilogia Pagu: Viva Pagu – Fotobiografia de Patrícia Galvão, escrito por Lúcia Teixeira, sendo esta última obra escrita em coautoria com o jornalista Geraldo Galvão Ferraz, filho de Pagu (falecido em 10 de fevereiro de 2013):
O primeiro fala das origens da família e vai até os dezoito anos da biografada, quando conheceu o poeta modernista Raul Bopp, que a apresentou a Oswald de Andrade.
O segundo bloco começa com o início de sua relação com Oswald, com quem teve um filho, Rudá, em 1930, e vai até sua libertação, em 1940, muito debilitada depois de passar quatro anos e meio em vários presídios políticos. Primeira mulher presa no Brasil por motivos políticos, em 1931. Entre 1933 e 1935 visitou a China, o Japão, a União Soviética e passou uma temporada em Paris, onde também foi presa.
Durante a estadia em Moscou, desencantou-se com o comunismo, mas pouco depois de retornar ao Brasil, em 1935, foi presa em consequência do fracassado movimento comunista de 1935. Parte considerável da iconografia deste bloco é formada por reproduções fac-similares de cartas (principalmente as enviadas para Oswald, de quem se separou em 1935, e Rudá) e de informes e prontuários do Deops, mostrando que era vigiada de perto pelo governo de Getúlio Vargas.
Os últimos 22 anos de sua vida são apresentados no terceiro bloco, período no qual a militância política aos poucos deu espaço à militância cultural. Pagu casou-se com Geraldo Ferraz, com quem teve o filho Geraldo Galvão Ferraz e ambos trabalharam em vários jornais de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos – cidade onde se fixaram em 1954. Em Santos, Patrícia faz campanha pela construção do Teatro Municipal, conseguindo seu intento; incentiva a formação de grupos amadores e de teatro de vanguarda. Também participa da fundação da Associação dos Jornalistas Profissionais e da União do Teatro Amador.
Ela manteve intensa atividade como cronista e crítica literária, além de se envolver cada vez mais com teatro, traduzindo, produzindo e dirigindo peças de autores praticamente ignorados no Brasil dos anos 1950, como Francisco Arrabal, Eugène Ionesco e Octavio Paz. Tornou-se uma das principais animadoras do teatro amador santista, origem de nomes como Plínio Marcos.
O volume traz ainda uma cronologia; uma bibliografia de obras de Patrícia Galvão; uma bibliografia sobre ela; um breve capítulo sobre o envolvimento de Pagu com a cidade de Santos, muito presente na vida dela na adolescência, na fase de militância política – quando residiu na cidade e trabalhou como operária – e nos últimos anos de vida. Em 12 de dezembro de 1962, aos 52 anos morria em Santos, vencida pelo câncer.