Na Garupa do Príncipe
02 de abril de 1931, Num. 04
Puro sangue de reputação impecável . . . primeiro time do bagaço, isso sim.
Todo mundo sabe que esta coisa de alta classe esta caindo de podre . E é canginha a gente passar uma rasteira nesse restinho sifilítico.
As grandes damas estão se esborrachando e no último estertor econômico se agarram à única tábua de salvação para não engraxar os sapatos das cozinheiras.
D. Azeitona já ficou descabelada, porque não funciona mais. Mesmo assim quis aproveitar a sua antiga popularidade de prima-dona, tentando tirar as últimas casquinhas com o príncipe.
Porém mlle. Camiseta Branca botou a talzinha em nocaute.
– Só então verificou-se que S. A. faz duas escritas.
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Infelizmente para a vencedora um peso pesado companheiro de infância da vencida interveio e pulou no picadeiro pra revanche.
E a taça foi pro cozinheiro.
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Enquanto isso – ficaram com o dedo chupado uma dúzia de meninotes (alguns já com rugas) de boa família, que tiveram na vida a glória sensacional de uma aventura doutro mundo – contrair núpcias religiosas com cocotes analfabetas e cretinas das províncias da Franga, porque traziam um rótulo falsificado de Paris.
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A festa foi sensacional.
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E depois da farrinha vulgar de automóvel, de bolinações mútuas e promessinhas de garconnière, chega às 5 horas a D. Pinta em casa, sob os gracejos vaccaes do marido que dana porque a farra foi curta e sem resultado.
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E há centenas de meninas histéricas e doentes de inveja imbecil porque não estão nesta cusparada covarde além das que nada conseguem e tuberculizam, porque não recebem de Deus os benefícios da ALTA.
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P. S. – Quem ficou na garupa foi o cozinheiro do clube do comércio.