Pagu no teatro, como personagem, criadora, diretora e tradutora de peças que apresentaram autores europeus aos brasileiros

fandoelis

Pagu no teatro, como personagem, criadora, diretora e tradutora de peças que apresentaram autores europeus aos brasileiros

Em 1952 Pagu frequentou a EAD- Escola de Arte Dramática dirigida por Alfredo Mesquita de quem se tornou muito amiga.

Anos depois, em 1958, tendo ao lado Paschoal Carlos Magno, grande figura do teatro brasileiro, Pagu cria o FESTA- Festival de Teatro Amador de Santos, possivelmente o mais antigo festival de teatro do Brasil. Nessa empreitada Pagu atuou como tradutora- trouxe para o conhecimento dos brasileiros autores como Antonin Artaud, Eugène Ionesco de quem traduziu e encenou A CANTORA CARECA e Fernando Arrabal, de quem traduziu e encenou FANDO E LIS que trazia em seu elenco, entre outros o jovem Plínio Marcos, em cujo talento ela acreditava depois de ter lido Barrela, peça escrita por ele mais tarde sucesso no teatro brasileiro.

Décadas depois, entretanto, Pagu se tornou personagem de várias peças, a primeira delas em 2004- PAGU QUE- tendo Christiane Tricerri como atriz e diretora com estréia no SESC Belenzinho e em encenações diversas por várias casas de teatro do país.
Nessa peça, cujo título é baseado em uma das poesias de Pagu, Tricerri narra importantes trechos de uma Pagu amargurada, já perto do final de sua vida .

Já PAGU PRA QUE, é peça baseada na tese de mestrado de Tereza Freire -DOS ESCOMBROS DE PAGU-, que em 2010 subiu ao palco do teatro Eva Hertz no espaço da Livraria Cultura contando, além da autora Tereza Freire com a direção de Roberto Lange e a atriz Renata Zhaneta num emocionante monólogo que revisita a vida da escritor mãe, jornalista, tradutora, primeira presa politica do país na ditadura do governo de Getúlio Vargas.
Em 2017 Gleice Ucha encena novamente essa peça-monólogo em vários teatros do País.

Finalmente em 2015 é encenada a peça DIÁRIO DE UMA REVOLUCIONÁRIA , no espaço da Companhia do Feijão, desta vez baseada no livro PAIXÃO PAGU, autobiografia precoce de Patricia Galvão, escrito quando ela tinha apenas 32 anos em forma de uma longa carta da prisão para Geraldo Ferraz, que viria a ser seu segundo marido.
Nessa encenação a direção é de Pedro Pires e coloca em cena várias atrizes como Inês Soares Martins, Mila Fogaça, Natália Xavier, Thais Podestà e Vanessa Garcia, todas representando Pagu em diversos momentos e movimentos de sua vida.aterial de teatro para a EAD de Alfredo Mesquita e hoje, com a m
orte de Mesquita, todo esse material se encontra na ECA da USP.

Em 1962, pouco antes de sua viagem para a França,para tentar continuar sua luta contra um câncer nos pulmões, Pagu entregou todo seu material de teatro para a Escola de Arte Dramática- ( EAD ) de Alfredo Mesquita e posteriormente, com a morte de Mesquita, todo esse material foi entregue para a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP juntamente com todo o material da própria EAD.

No teatro é isso, mas acredito que seria bacana já colocar a noticia de que no último sábado foi lançado no espaço cultural Tapera Taperá, a versão impressa do livro Parque Industrial pelo editorial Linha a Linha, uma versão crítica com artigos de Augusto de Campos, e os tradutores/estudiosos David Jackson (o tradutor para os EUA) e Antoine Chareyre) (tradutor para a França). Esse livro estava há décadas fora do mercado impresso, tendo apenas uma versão digital pela editora Cintra.