Liga de trompas católicas

04 de abril de 1931, Num. 05


Tem um festival de declamação e modinhas brasileiras. Cartõezinhos foram distribuídos a troco de uns niqueizinhos de contribuição mensal e as senhoras católicas, na maioria feras desiludidas e velhas professoras - conduzem as suas filhas pintadas e querendo para a distração familiar.

Lá se vão elas...

A cúria se enche de meia dúzia de desafinações da moda e olharinhos maliciosos quando cantam coisas de amor e filhinhos escapulidos, sob as pernas abertas de um Cristo muscular... E são invejadíssimas as atrizes porque têm uma possibilidade de dizer aos moreninhos católicos e honrados que têm gambias boas, corpinho regular, e uns seios nada ruins devido ao soutien proposital.

E as senhoras católicas se sucedem num espoucar de normalistas e estudantes hipócritas, cheias de vergonha e bons modos - escolhendo companhia decente para se jogar sem nenhum controle ou conhecimento, nas garconnières clandestinas porque não têm divulgação jornalística.

E vão vivendo a vida desmoronante e pequena. E a organização das ligas de trompas continuam escondendo qualquer conseqüência da sua falta de liberdade.

*

Mães idiotas que querem dar a uma vida de controle a compensação de violões e cantinhos da cúria.

Uma educação errada a lá "Estado de S. Paulo" que ensinando tudo faz campanhas pra gente fazer o que ele proíbe.

Mães que se desgraçam porque querem catolicamente que as filhas façam do casamento um caixão do Rodovalho até que apodreça ou arrebente.

*

Senhoras que cospem na prostituição, mas vivem sofrendo escondidas num viu de sujeira e festinhas hipócritas e massantes, onde organizam o hino de cornetas ligadas pra todos os gozos, num coro estéril, mas barulhento.